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Um novo olhar sobre o movimento e a melodia

Por Mayla Costa

Na manhã do dia 16 de abril, AMARE foi tomada por uma atmosfera diferente, que começou antes mesmo de qualquer fala ou apresentação. Logo cedo, os sons começaram a preencher o espaço, trazendo uma energia leve, forte e cheia de significado. Era a música quem conduzia aquele momento, abrindo caminho para tudo que viria depois.

A banda se organizava, afinava os instrumentos, fazia os últimos ajustes, e logo os primeiros acordes começaram a soar. O som tomava conta do ambiente, e quem chegava já percebia que aquele não seria um dia comum. Cada nota, cada batida, parecia ter uma intenção maior — não era apenas uma execução, era uma entrega.

O som do teclado trazia uma base acolhedora, enquanto o violão desenhava melodias que pareciam conversar com quem ouvia. A bateria e os tambores pulsavam forte, marcando o ritmo como se fossem o próprio coração da apresentação. E os sopros, quando entravam, atravessavam o ar de um jeito que fazia todo mundo prestar ainda mais atenção.

O coral logo se uniu à banda, trazendo ainda mais beleza e força. As vozes entraram suaves, delicadas, depois foram crescendo, ganhando corpo, enchendo todo o espaço de emoção. As músicas escolhidas falavam de amor, de fé, de esperança, de entrega. Letras que não ficavam só no som — atravessavam e tocavam quem estava ali. Era fácil perceber nos rostos das pessoas o quanto aquela música estava sendo sentida.

E não era apenas quem estava no palco que fazia parte daquele momento. Quem ouvia também se tornava parte do espetáculo, do encontro, da celebração. As palmas surgiam naturalmente, os olhos se encontravam, os sorrisos apareciam sem serem combinados. Era como se, por alguns instantes, todos estivessem no mesmo compasso — unidos pela música, pela fé e pelo sentimento de estarem juntos.

O mais bonito é que não havia nada de grandioso em estrutura. Não era um show cheio de equipamentos ou efeitos. Era tudo simples, feito na base da verdade, da vontade, da entrega e do amor. E talvez tenha sido justamente isso que fez tudo ser tão especial.

O som ia variando, criando momentos diferentes. Havia horas em que ele crescia, vibrante, cheio de força, chamando todos a participar, a cantar, a bater palmas. E, de repente, ele diminuía, ficava suave, quase sussurrado, como se pedisse silêncio pra que cada um olhasse pra dentro, refletisse, sentisse. Até o silêncio, em certos momentos, parecia fazer parte da música.

Os instrumentos dialogavam entre si. O ritmo dos tambores, os detalhes dos sopros, a base firme do teclado, as melodias do violão e a força das vozes em harmonia criavam algo que era muito mais do que som — era presença, era espiritualidade, era emoção.

Mesmo quando aconteciam pequenos deslizes — um tom que escapava, um acorde fora do tempo — nada disso importava. Porque a música que acontecia ali não pedia perfeição, pedia entrega, verdade e conexão.

E assim foi por toda a manhã. Uma sequência de canções que não apenas foram tocadas e cantadas, mas vividas. Cada nota, cada silêncio, cada vibração do som ficou gravada no coração de quem esteve presente.

No encerramento, a música foi, aos poucos, se acalmando, diminuindo, até que o som desse espaço para um gesto que também carregava muito significado. Cada participante recebeu um crucifixo abençoado, entregue com carinho por João Alemão, fundador e diretor da AMARE, com o padre Gilvan Manuel e Josirene Carvalho. Um presente simbólico, simples, mas cheio de sentido, que fechou aquele momento de forma especial.

O som daquela manhã não ficou só no ouvido. Ficou dentro. Ecoando no coração de cada pessoa, como uma lembrança viva de que quando algo é feito com amor, com fé e com verdade, o som não se apaga — ele continua, acompanha, e se transforma em memória, em força e em inspiração.