por Elizalda Fontineles e Johannes Skorzak
Desde dezembro de 2018, AMARE acrescenta, à sua rotina avaliativa semestral, a realização de pesquisas de desenvolvimento de seus assistidos, inicialmente com o apoio de cientistas da Universidade Federal do Piauí em Teresina. Depois da pandemia, a equipe da AMARE percebeu carências, atrasos e déficits com mais clareza. Por isso, intensificou sua intervenção socioeducacional e assistência psicossocial, conferindo mais atentamente o progresso das competências e habilidades socioemocionais. Em 2023, a psicóloga Hianca Fontineles e o educador social Artur Miranda deram início à primeira etapa da quarta edição da pesquisa com vistas ao domínio das cinco macrocompetências, as Big Five. Os resultados desta investigação guiam educadores sociais e professores da rede de ensino, envolvidos no processo, na busca de estratégias de melhorar as competências e habilidades no desenvolvimento pessoal e social com vistas à sua sustentabilidade para a vida toda.
A metodologia da pesquisa é inspirada e respaldada em experimentos do Instituto Airton Sena (IAS). No caso da AMARE, no entanto, a pesquisa foi mais ampla na sua concepção por ser aferida por quatro olhares de observação, – pais ou responsáveis, professores da rede de ensino, educadores sociais da instituição e pelos próprios assistidos. Neste formato, sob quatro olhares, a pesquisa é única no Brasil. Ela é fruto de prática e pesquisa socioassistencial ao longo de 34 anos.
Em estreita cooperação com a equipe AMARE, o aplicativo foi elaborado pelo programador piauiense Marcos Iran Waquim em 2022 para este fim. Ele facilita a coleta de dados de forma confidencial e é autoexplicativo na orientação do seu preenchimento. No interior do aplicativo, se encontram vídeos e perguntas vetoriais que auxiliam na compreensão da competência investigada. Desta forma, são apurados resultados que influem em indicadores mais próximos à realidade dos assistidos e endossam a averiguação do desenvolvimento de cada criança.
Durante quase um ano, as crianças e adolescentes foram vistos atententamente sobre cinco macro competências – curiosidade (abertura ao novo), responsabilidade (autogestão), sociabilidade (engajamento com os outros), amabilidade, resiliência emocional e ainda o seu desempenho escolar. Os psicólogos da instituição capacitaram os envolvidos na pesquisa, incluindo os assistidos, para compreenderem suas próprias emoções e habilidades. A pesquisa iniciou com 72 assistidos, todos principiantes na instituição. A investigação sugeria à equipe a proposição de oficinas adequadas para a evolução dass habilidades que precisavam ser fortalecidas.
A segunda fase da averiguação começou em novembro de 2023, coordenada pela pedagoga Elizalda Fontineles e pelo educador social Artur Miranda. O duo fez o levantamento com os professores da rede de ensino, se locomovendo até as escolas, e com educadores sociais, pais e responsáveis e com os assistidos na instituição. Desta forma, verificaram mudanças comportamentais e o progresso das competências e habilidades socioemocionais trabalhadas. O reconhecimento e a participação dos diversos atores em rede contribuiu com um clima de respeito e compreensão mútua e empoderou as equipes a impactar a vida de crianças e adolescentes de forma diferenciada, individualizada e assertiva.
Cada visita à escola é uma oportunidade de conhecer uma nova história e compreender diversos comportamentos e ouvir o quanto a intervenção social é importante para a vida de crianças e adolescentes. Além de estreitar a relação com todos os envolvidos, os indicadores levantados possibilitam rever a metodologia aplicada, se as estratégias trabalhadas nas oficinas são atingidas ou precisam ser ajustadas e potencializadas.
A pesquisa foi iniciada com 72 criança e adolescentes em feverero e concluída com 63 assistidos em dezembro de 2023. Os indicadores obtidos são abaixo discriminados.