por Artur de Paiva
Muitas pessoas de Esperantina e região foram assistidas pela AMARE e são gratas por tudo que lhes foi feito. É o caso de Josélia, conhecida como Leoa Cabelos. Na sua infância, Josélia vivia em situação extremamente precária, era abusada, catava lixo e sofria com a dor da fome. Mesmo na instituição que ela frequentou entre 2005 e 2012, a luta ainda era grande.
“Na maioria das vezes ia para as oficinas sem almoçar, pois em casa não havia o que comer” diz ela. Na AMARE, ela foi acolhida e apoiada. O carinho e dedicação, especialmente da professora Tânia Brandão, professora da época, e dos amigos a inspiraram a seguir os seus sonhos.
“NA AMARE fui criança, fui feliz! Porque eu tinha comida e apoio. Lá havia pessoas de bem.” É o que diz a ex-assistida.
Josélia nem sempre era uma mulher forte e segura. Passou por batalhas difíceis e hoje é uma vencedora. Viveu em condições degradantes e desmotivadoras. Conhecendo a história dela, se pode dimensionar o quanto uma atenção especial pode mudar vidas e plantar esperança.
“AMARE foi tudo pra mim. Foi meu alicerce, onde encontrei paz, abrigo, consolo… E hoje eu sou a Leoa Cabelos, ex-aluna da AMARE, que fez crescer em mim o espírito empreendedor. Sou altamente grata por tudo o que fizeram por mim.” (Josélia, aliás Leoa Cabelos)
Hoje, Josélia é cabeleireira renomada e dona da empresa Leoa Cabelos e de sua própria linha de produtos voltados para o cuidado capilar. Ela é reconhecida além de Esperantina e região, até na capital piauiense.
Sua professora Tânia Brandão ainda se lembra dela de forma vívida:
“O exemplo de Josélia é tocante … Eu apostava em Josélia! Foi uma semente que deu certo, que brotou. Acredito que foram muitos meninas e rapazes que a AMARE conseguiu resgatar… Muitos me vêm à mente, muitas crianças e adolescentes de rua brilharam aí, devido ao trabalho e o resgate da AMARE. Josélia é a prova disso. Josélia nasceu pra brilhar! Hoje ela é leoa!”
Tânia narra como foi doloroso para Josélia de superar as lembranças de tantos abusos e violências sofridas:
“Ela era uma menina que não expunha os sentimentos dela. Ela guardava uma grande revolta. Quando eu olhava pra Josélia, via nos olhos dela que ela não mostrava o que sentia. Não conseguia falar o que passava com ela. Gastávamos tempo, amor e paciência para conseguir tirar aquilo que atrapalhava a vivência dela. Josélia, naquela época, precisava de ajuda terapêutica. Onde ela morava, não encontrava isso. Na AMARE, encontrou essa ajuda. Josélia, a Leoa, é um exemplo a seguir. É uma menina brilhante, extraordinária” (Tânia Brandão)